Sempre tive cabeça de gordo. A comida é, para mim, muito mais do que simplesmente uma necessidade vital. É motivo para reunir os amigos, comemorar datas importantes, para me acalmar quando estou com a alma inquieta, e até mesmo para presentear amigos. Quando gosto muito de alguém, sempre presenteio com algumas das minhas "experiências culinárias". É uma forma de doar um pouquinho do meu amor e carinho.
Simplesmente não consigo entender como é que algumas pessoas conseguem não dar importância a jantares em família, por exemplo. Talvez seja porque eu venho de uma família que almoçava juntos todos os dias, que se reunía aos domingos para grandes banquetes. Não sei, o fato é que acho muito estranho que algumas famílias não ligam para isso.
Uma vez um casal de fora veio nos visitar em SP. Chegaram na quinta pois a mulher veio para uma convenção. Quinta e sexta eles ficaram nesta convenção até tarde, então não consegui reunir a turma em torno da mesa. O sábado chegou e lá fui eu, desde cedo, preparar alguns quitutes para o jantar. Naquela época eu ainda não me arriscava muito na cozinha, mas havia uma especialidade que era consenso: meu pesto. Bom, fui no Ceagesp (para aqueles que não sabem, aos sábado e domingos rola uma feira deliciosa lá, desde os legumes e frutas tradicionais de feiras até flores, ervas, verduras e frutas exóticas que só encontro lá, como as " baby leaves"), passei no Empório Santa Maria para comprar pães, queijos, alguns frios, e um macarrão tipo orecchietti, bastante apropriado para comer com pesto. Pensei comigo: "agora só falta um bom vinho, preparar a comida do menino que tem restrições alimentares e voilá!"
Cheguei em casa, acendi a lareira (fazia um fria absurdo, se bem gosto tanto do clima aconchegante de uma lareira que se fizer 15 graus já tá valendo!), preparei a mesa - linda toalha, velas para dar um clima mais quentinho, pãezinhos, tudo perfeito. Quando todos desceram, a primeira coisa estranha aconteceu: o menino exigiu (sim, exigiu e os pais obedeceram) que a TV ficasse ligada no Discovery Kids - em altura suficienta para que a conversa dos adultos ficasse desconfortável. Ok, deixa ele lá, é uma maneira de ficar quietinho.
Como eram quase 9 da noite, o garotinho estava com fome. "A titia fez o feijão com purê que vc adora!". Óbvio que ele não comeu, disse que não gostava e sua mãe fez um tostex. Óbvio que ele também não comeu o tostex, e para meu espanto, ELA PRÓPRIA comeu o sanduíche. Quando eu olhei com surprea e ressaltei que haveria jantar (como se não fosse óbvio), que tinha comprado um vinho maravilhoso, ela me disse assim: "Não costumo jantar, só como um sanduíche com um leitinho"! Não poderia então comer seu sanduba na mesa, com todos juntos, conversando e rindo??? Tinha que ser tão metódica assim??? Não, parece que fazia aquilo pra me ofender. Só depois fui entender que não, que ela é assim, estranha mesmo.:-()
Eu ainda tinha esperanças que a minha confraternização não se tornasse um jantar solitário - tínhamos eu, meu marido e o nosso amigo. Perguntei se todos já estavam com fome, pois o segredo de uma boa pasta com molho pesto é comer na hora que sai do forno, caso contrário fica empapado, frio, horrível. YES, estavam todos morrendo de fome. Me reanimei e fui preparar tudo.
Quando já estava quase pronto, chamei os "meninos" (que estavam no computador vendo não sei o quê) e pedi que se sentassem à mesa que o jantar seria servido. Tudo perfeito, macarrão al dente, meu molho pesto preparado especialmente para a ocasião, enfim, tudo lindo! Chamei uma duas, três vezes e nada. O computador estava mais interessante. Passaram se uns 10 minutos, e resolvi começar a comer. Sozinha - e ouvindo Discovery Kids. Terminei de comer e ainda eles não tinham vindo jantar.
Quem estava errada nesta história toda? Óbvio que era eu. Estava tentando unir o que nunca foi unido. Estava tentando mostrar, para esse casal, o que é ser família para mim. O problema é que eu ainda não havia decifrado o recado que eles estavam tentando me passar. Desta "famiglia", eu não faço parte.
Tudo isso pra dar a receita do meu pesto, que fora esta, já foi coadjuvante de adoráveis reuniões. Ele tem um gosto bastante acentuado de alho. A receita original pedia 1 dente, mas achei que era pouco (eu adoro achar que as receitas estão erradas) e coloquei uma cabeça inteira!!! Fica muito bom também para acompanhar torradinhas.
Pesto da PK
Simplesmente não consigo entender como é que algumas pessoas conseguem não dar importância a jantares em família, por exemplo. Talvez seja porque eu venho de uma família que almoçava juntos todos os dias, que se reunía aos domingos para grandes banquetes. Não sei, o fato é que acho muito estranho que algumas famílias não ligam para isso.
Uma vez um casal de fora veio nos visitar em SP. Chegaram na quinta pois a mulher veio para uma convenção. Quinta e sexta eles ficaram nesta convenção até tarde, então não consegui reunir a turma em torno da mesa. O sábado chegou e lá fui eu, desde cedo, preparar alguns quitutes para o jantar. Naquela época eu ainda não me arriscava muito na cozinha, mas havia uma especialidade que era consenso: meu pesto. Bom, fui no Ceagesp (para aqueles que não sabem, aos sábado e domingos rola uma feira deliciosa lá, desde os legumes e frutas tradicionais de feiras até flores, ervas, verduras e frutas exóticas que só encontro lá, como as " baby leaves"), passei no Empório Santa Maria para comprar pães, queijos, alguns frios, e um macarrão tipo orecchietti, bastante apropriado para comer com pesto. Pensei comigo: "agora só falta um bom vinho, preparar a comida do menino que tem restrições alimentares e voilá!"
Cheguei em casa, acendi a lareira (fazia um fria absurdo, se bem gosto tanto do clima aconchegante de uma lareira que se fizer 15 graus já tá valendo!), preparei a mesa - linda toalha, velas para dar um clima mais quentinho, pãezinhos, tudo perfeito. Quando todos desceram, a primeira coisa estranha aconteceu: o menino exigiu (sim, exigiu e os pais obedeceram) que a TV ficasse ligada no Discovery Kids - em altura suficienta para que a conversa dos adultos ficasse desconfortável. Ok, deixa ele lá, é uma maneira de ficar quietinho.
Como eram quase 9 da noite, o garotinho estava com fome. "A titia fez o feijão com purê que vc adora!". Óbvio que ele não comeu, disse que não gostava e sua mãe fez um tostex. Óbvio que ele também não comeu o tostex, e para meu espanto, ELA PRÓPRIA comeu o sanduíche. Quando eu olhei com surprea e ressaltei que haveria jantar (como se não fosse óbvio), que tinha comprado um vinho maravilhoso, ela me disse assim: "Não costumo jantar, só como um sanduíche com um leitinho"! Não poderia então comer seu sanduba na mesa, com todos juntos, conversando e rindo??? Tinha que ser tão metódica assim??? Não, parece que fazia aquilo pra me ofender. Só depois fui entender que não, que ela é assim, estranha mesmo.:-()
Eu ainda tinha esperanças que a minha confraternização não se tornasse um jantar solitário - tínhamos eu, meu marido e o nosso amigo. Perguntei se todos já estavam com fome, pois o segredo de uma boa pasta com molho pesto é comer na hora que sai do forno, caso contrário fica empapado, frio, horrível. YES, estavam todos morrendo de fome. Me reanimei e fui preparar tudo.
Quando já estava quase pronto, chamei os "meninos" (que estavam no computador vendo não sei o quê) e pedi que se sentassem à mesa que o jantar seria servido. Tudo perfeito, macarrão al dente, meu molho pesto preparado especialmente para a ocasião, enfim, tudo lindo! Chamei uma duas, três vezes e nada. O computador estava mais interessante. Passaram se uns 10 minutos, e resolvi começar a comer. Sozinha - e ouvindo Discovery Kids. Terminei de comer e ainda eles não tinham vindo jantar.
Quem estava errada nesta história toda? Óbvio que era eu. Estava tentando unir o que nunca foi unido. Estava tentando mostrar, para esse casal, o que é ser família para mim. O problema é que eu ainda não havia decifrado o recado que eles estavam tentando me passar. Desta "famiglia", eu não faço parte.
Tudo isso pra dar a receita do meu pesto, que fora esta, já foi coadjuvante de adoráveis reuniões. Ele tem um gosto bastante acentuado de alho. A receita original pedia 1 dente, mas achei que era pouco (eu adoro achar que as receitas estão erradas) e coloquei uma cabeça inteira!!! Fica muito bom também para acompanhar torradinhas.
Pesto da PK
- 50g de pinólis (como está super caro, substituo por macadâmia)
- 50g de alho (é MUITO alho, diminua se não gostar de nada forte)
- 50g de pecorino ou parmesão
- um punhado bem cheio de manjericão (50g mais ou menos)
- 120 ml de azeite extravirgem
Coloque todos os ingredientes no processador (ou liquidificador) e processe até virar uma pasta homogênea). Pode ser congelado individualmente em potinhos plásticos.
Pesto
Pesto

Divertida sua estória do jantar e das atenções que algumas pessoas dão, ou não, para aquilo que vc acha importante.
ResponderExcluirTive um colega da faculdade e uma colega que diziam que nao ligavam pra comida, pois depois que está de barriga cheia, tanto faz o que comeu.
Enquanto eu queria fazer umas coisas gostosas ou ir em um lugar com uma comida diferente eles preferiam um pão com ovo, que depois que comeu, tanto faz o que era, pois o objetivo é matar a fome!
Acho chato qdo me esforço pra servir algo bom, seja comida ou vinho, e as pessoas não percebem, mas em geral a falha é nossa, de não entender como seu visitante quer ser tratado, não como vc gostaria que ele quisesse ser tratado.
Pra mim, pode sempre fazer boa comida com bom vinho que lhe darei a devida atenção! he he he